Genoma

Curas de doenças e problemas a vista .

Depois de terem mapeado o genoma humano, o "livro da vida" com os ingredientes básicos do que constitui o ser humano, o próximo passo dos cientistas será descobrir as páginas que faltam de modo a determinar como trazer benefícios para a humanidade. E os brasileiros esperam dar sua contribuição.

Anunciado como a primeira grande conquista tecnológica no século 21, o seqüenciamento de 97 por cento dos genes humanos é resultado do esforço de uma década. E os pesquisadores em todo o mundo estão de volta ao trabalho.

Os pesquisadores em laboratórios em todo o mundo já usavam há anos os dados preliminares baixados pela Internet para identificar genes e como funcionam.

A seqüência do DNA em cada gene determina a proteína que produzirá. Em determinadas condições, como fibrose cística, a seqüência do DNA tem uma proteína que não funciona bem. Nos distúrbios genéticos, uma única mudança nos três bilhões de letras do código do DNA pode causar uma doença.

O mapa do genoma humano proporciona aos cientistas uma base para comparação. Examinando as diferenças entre as seqüências nos genes normais e doentes, podem descobrir porque o gene não funciona e possivelmente como curá-lo.

Pesquisa do genoma abre porta a tratamentos revolucionários

Está aberta a porta para tratamentos revolucionários. A medicina do futuro poderá ser totalmente
diferente. Graças à genética, o século 21 traz a perspectiva de a humanidade se livrar de 3
mil a 4 mil doenças de origem hereditária, que até agora não eram detectáveis porque não havia
o mapeamento.Em alguns anos, as doenças não serão mais diagnosticadas pelos órgãos nos quais
se exprimem, mas diretamente na bagagem hereditária da pessoa, e serão tratadas e curadas antes
mesmo de se manifestarem.Quando uma criança nascer, será possível traçar seu mapa genético
e conhecer os males que ela estará predisposta a contrair durante a vida. Doenças degenerativas,
como o mal de Alzheimer e o mal de Parkinson, e até cardíacas serão tratadas pela remoção ou
alteração do gene ou da proteína que produz a enfermidade. Outras serão evitadas com tratamentos
preventivos: se uma pessoa souber que suas chances de ter câncer de pulmão são maiores do que
a média, poderá evitar o cigarro.

O original está em: Terra

Mosca-de-fruta

Esse novo campo abarca o estudo de genes semelhantes em espécies diferentes. Na tentativa de liderar comercialmente o nicho, a Celera pretende decodificar o genoma de criatura após criatura nos próximos anos. A estratégia começou a render frutos meses atrás, quando a firma ajudou pesquisadores acadêmicos a decifrar o genoma da mosca-das-frutas.

Uma equipe de cientistas identificou na mosca 177 genes surpreendentemente semelhantes a genes humanos ligados a diversas doenças, do câncer ao diabetes. A esperança dos cientistas é que, com a manipulação de tais genes na mosca, seja possível decifrar seu funcionamento e descobrir pistas valiosas para a produção de medicamentos que corrijam falhas responsáveis por doenças no organismo humano.

Uma amostra fascinante dos meandros da engenharia genética comparada está nas moscas que encontrei nos laboratórios da Faculdade de Medicina em Harvard. Talentosa, a jovem patologista Mel Feany havia implantado no inseto uma versão alterada do gene ligado ao mal de Parkinson. A idéia era provocar nas moscas uma doença progressiva semelhante ao distúrbio em seres humanos.

O que mais impressiona no experimento de Feany—e mostra o poder da engenharia genética comparada— é que o gene alterado que ela usou para provocar o efeito é humano. Suas moscas, sob um certo aspecto, sofrem de um mal que aflige o homem, não um inseto. Vários genes, sobretudo aqueles de mecanismos celulares básicos, pouco mudaram ao passar de uma espécie para a outra ao longo do processo de evolução.

Certos genes alterados, quando implantados em criaturas como moscas e ratos, ocasionalmente causam doenças do ser humano no animal, revelando, assim, o fundo genético do distúrbio.

O que Feany faz é provocar os genes da mosca que interagem com o gene mutante enquanto este aniquila as células do cérebro. Graças a aliados genéticos como esses e ao uso do computador, a cientista pode determinar a existência de genes humanos semelhantes em questão de horas e ter a interpretação mais recente sobre seu papel no organismo.

Para laboratórios farmacêuticos, isso poderia acelerar a busca de novas terapias de fundo genético. Antes do surgimento da engenharia genética comparada, anos atrás, o processo de identificação do gene responsável por um mal costumava levar anos.

Ao lado do neurologista Peter Lansbury, também de Harvard, Feany pretende usar as moscas para avaliar protótipos de drogas contra o mal de Parkinson. Uma vez que foi "humanizada", a mosca deve ser uma excelente cobaia para tais testes. "Recebi muitos telefonemas de laboratórios farmacêuticos" desde a publicação do estudo no número 23 da revista Nature, diz ela.

O cruzamento dos dados do genoma da mosca com os do humano promete uma leva de modelos similares para o estudo de doenças humanas. Uma equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles implantou um gene humano na mosca e obteve, com isso, um quadro semelhante ao da degeneração cerebral causada pelo mal de Huntington. A Exelixis, uma pioneira da engenharia genética comparada em San Francisco, está estudando o câncer com o uso de moscas aparelhadas com o gene humano p53.

Todas essas aplicações tornam essencial a capacidade de comparação entre espécies. A compilação de todos esses genomas daria à Celera uma biblioteca única para a análise da herança genética acumulada em um bilhão de anos. Isso talvez não justifique um valor de mercado de US$ 14 bilhões. Mas ainda que a atual genomania arrefeça, vale a pena ficar de olho na Celera.

Fonte - CNN

Outras Pesquisas

Principal