Transgênicos - 1

ONG's revelam que brasileiro come transgênicos sem saber 

Comissão brasileira proibe pesquisas de transgênicos em unidade da Monsanto

BRASÍLIA, 13 de julho (Reuters) -- A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) do Brasil declarou quinta-feira que proibiu a pesquisa de sementes geneticamente modificadas ou transgênicas em uma das quatro unidades locais da Monsanto Coo, a empresa norte-americana líder na produção mundial de produtos agrícolas transgênicos.

Leila Oda, presidente da CTNBio, afirmou que cancelou a licença da unidade da Sementes Monsanto porque a empresa não notificou uma invasão sofrida no final do ano passado. De acordo com as normas da CTNBio, a empresa tem apenas cinco dias para informar qualquer arrombamento ou ato de vandalismo que possa resultar em propagação de organismos transgênicos pelo meio ambiente.

O Brasil é o segundo produtor mundial de soja e o último grande produtor de grãos do hemisfério a manter uma interdição sobre safras de transgênicos. A atitude da CTNBio é um outro revés para a Monsanto -- uma subsidiária da Peapack, Pharmacia Corp., sediada em Nova Jersey -- no sentido de acabar com a interdição contra o cultivo de transgênicos no país.

Os representantes da Monsanto não foram encontrados para comentar o assunto.

Oda alegou que a empresa, que briga pela autorização para vender a popular soja transgênica Roundup Ready no Brasil, levou mais de seis meses para informar à CTNBio uma invasão sofrida em 1999 em um fazenda experimental no estado do Rio Grande do Sul. "Este cancelamento proíbe a instituição de realizar qualquer pesquisa no Brasil. Temos que obedecer à lei", afirmou a presidente da comissão.

Oda acrescentou que a Sementes Monsanto, que adquiriu a Cargill Inc. em 1998, pode solicitar nova autorização -- um processo que levaria meses. As pesquisas com transgênicos em outras unidades da Monsanto no Brasil, segundo ela, podem continuar normalmente.

A Sementes Monsanto é uma unidade da Monsanto do Brasil S.A..

Grupos ambientalistas e de consumidores têm sido bem sucedidos nos tribunais ao alegarem que se sabe ainda pouco sobre alimentos geneticamente modificados para considerá-los seguros, arquivando uma regulamentação anterior da CTNBio que aprovara a segurança da soja Roundup Ready da Monsanto.

Esta soja, amplamente usada na Argentina e nos Estados Unidos, geneticamente construída para resistir ao potente herbicida Roundup da Monsanto, é mais econômica porque reduz a quantidade de produtos químicos utilizados em lavouras tradicionais.

Vigilância recolhe nove produtos transgênicos em SP

Terça, 01 de agosto de 2000, 21h23min
A Vigilância Sanitária de São Paulo deu prazo de 15 dias para que os fabricantes retirem do mercado nove alimentos nos quais foi constatada a presença de ingredientes de origem transgênica, sem que isso esteja especificado na embalagem. A determinação, publicada hoje no Diário Oficial do Estado, baseia-se na lei estadual nº 10.467/99 que tornou obrigatória a rotulagem dos alimentos transgênicos vendidos em São Paulo. As empresas devem apresentar à Vigilância relatório comprovando o recolhimento dos produtos. Se a ordem não for cumprida, os fabricantes poderão receber multa de R$ 500 a R$ 85 mil.

A determinação envolve os fabricantes dos produtos denunciados pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), há cerca de um mês e meio, depois de análises que constataram a presença de ingredientes transgênicos. São eles: Chips sabor bacon (da Gourdand), sopa desidratada de milho (Knorr), macarrão instantâneo sabor galinha (Cup Noodles), salsicha tipo viena (da Swift), Nestogeno com soja (Nestlé do Brasil), os leites de soja Supra Soe (Josapar), PróSobee (Bristol-Myers-Squibb) e Soy Milke (Olvebra), além do cereal Shake Diet de morango (Olvebra).

Defesa do consumidor publica lista de produtos transgênicos
O original está em:Terra

A lista abaixo é do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor em parceria com o Greenpeace.
De 31 produtos do mercado brasileiro examinados em um laboratório suíço, apenas dez obtiveram resultado positivo de transgênia.

Produtos transgênicos:

Baco's - cobertura para salada sabor bacon

Cereal Shake Diet Cup Noodl

Nestogeno com soja - alimento infantil

Soy Milke - alimento a base de soja

Pringle's - batatas

França decide destruir plantações de soja alterada

O original está em:Terra

O governo francês ordenou no sábado a destruição de 46 hectares de soja depois que testes revelaram que as sementes estavam contaminadas por organismos geneticamente modificados. Esta é a segunda vez no ano que a França tomou atitudes contra plantações alteradas o que tornou marcante a determinação do governo em impedir a disseminação destes organismos. Um comunicado assinado por quatro ministros disse que a soja contaminada tinha sido plantada em campos bem ao sul da França. Em maio, o país ordenou a destruição de cerca de 600 hectares que continham traços de organismos modificados. A destruição aconteceu depois que a companhia de alimentos Advanta Seeds anunciou que tinha vendido inadvertidamente sementes com traços de material genético modificado para fazendeiros da Europa. Apesar disso, autoridades decidiram não inutilizar milhares de hectares de milho que foi plantado com sementes norte-americanas alteradas. O comunicado do sábado, assinado pelos ministérios da Fazenda, Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos de Consumo, disse que diferente do milho, o governo ainda não tinha autorizado o uso de qualquer variedade de soja modificada. A nota acrescentou ainda que os níveis de contaminação encontrados na soja eram muito mais elevados que os estabelecidos pela União Européia, de 0,5 por cento, e que a soja foi plantada para a produção de sementes.

Grãos da Discórdia

A controvérsia sobre alimentos transgênicos – geneticamente modificados – ganhou fôlego na semana passada, com a denúncia da presença de ingredientes do gênero (soja e milho) na composição de 11 produtos nacionais e importados disponíveis nos supermercados. Testes feitos com 42 alimentos a pedido do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e do Greenpeace provaram que o brasileiro ingere alimentos transgênicos sem ter conhecimento. O governo, no entanto, manteve a permissão para que os alimentos fiquem nas prateleiras por julgar que a falta de distinção nos rótulos não é motivo para suspender as vendas. Soa estranho, já que o próprio governo brasileiro assinou em fevereiro, com outros 130 países, um protocolo no qual concorda com a rotulagem dos produtos geneticamente modificados. E além do mais, no Brasil o cultivo e a comercialização de alimentos transgênicos estão proibidos por decisão judicial enquanto não for estabelecida legislação específica. As sementes só entram no País para plantio experimental, com autorização especial.

Com a denúncia, as entidades esperam que o consumidor tome partido. "A população precisa estar informada e ter maior poder de pressão sobre as indústrias. Deve influir nos processos de decisão sobre os transgênicos", explica o coordenador do Greenpeace, Roberto kishinami.

O resultado dos testes colocou mais lenha numa fogueira que arde no País. Serviu de combustível, por exemplo, para a concessão de uma liminar, na Terça-feira 20, impedindo o desembarque, em Recife, de 38 mil to9neladas de milho importadas da Argentina por avicultores até que se comprove a inexistência de grãos geneticamente modificados no lote. Meses antes, os gaúchos devolveram aos americanos 27,5 mil toneladas de milho supostamente transgênico. Há mais de um ano o governo do Rio Grande do Sul intensificou o controle sobre as compras no exterior feitas pelas indústrias locais para alimentar aves e suínos e evitar que os animais recebam rações de grãos modificados. "O governo está brincando com uma questão séria. Não libera o cultivo, mas não fiscaliza as importações. Precisamos evitar que os produtos brasileiros, como a carne de frango, fiquem sob suspeita no mercado internacional", critica José Hermeto Hoffmann, secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul. Como a Europa fechou as portas para transgênicos, Hoffmann acredita que é a chance do Brasil se diferenciar no mercado mundial como produtor de soja não transgênica. "Será uma burrice econômica não aproveitar esse momento", observa.

Existem muitas discussões em relação aos efeitos dos alimentos transgênicos na saúde e no meio ambiente. Cientistas, médicos e geneticistas divulgam, por exemplo, que há possíveis riscos de aumento de alergias na população mundial. Nos Estados Unidos, há registros de pacientes alérgicos que manifestaram crises da doença depois de terem ingerido soja modificada. Mas também há muitas pesquisas mostrando que os alimentos não causam danos ao organismo. Mesmo que a conclusão final demore o consumidor tem o direito garantido de saber o que está comprando. Além do Idec, os Procons estaduais e municipais já aprovaram moção considerando precipitada a liberação dos transgênicos e pedem a rotulagem. É o mínimo que se pode fazer para garantir o direito de escolha do consumidor.

FONTE: Isto É - 28-06-200

Pesquisado por: Andréia Ricardo - Curitiba - PR

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