Efeito estufa

Animais e plantas ameaçados

fonte - Ciência Hoje

Um terço dos hábitats de plantas e animais está ameaçado pelo aquecimento global, segundo aponta um relatório divulgado em 30 de agosto pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF). O aumento da temperatura terrestre pressiona plantas e animais a migrar em busca de áreas capazes de suprir suas necessidades físicas, biológicas e climáticas. Os biomas (conjuntos dos seres vivos de uma área) incapazes de migrar rapidamente em busca de melhores condições ambientais correm risco de extinção. O relatório aponta que o ritmo de aquecimento é maior que a capacidade dos biomas de migrar à procura de hábitats adequados. O estudo foi feito a partir de previsões que apontam que, em 2100, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera deve dobrar, senão triplicar, em relação ao início do século 20.

"Com o aquecimento global, as zonas climáticas mudam. Para permanecerem no clima a que estão adaptados, muitas plantas e animais precisam mudar também", disse à CH on-line Jay Malcolm, ecólogo da Universidade de Toronto e co-autor do estudo do WWF. Intitulado Aquecimento global e declínio da biodiversidade terrestre, o relatório indica que os biomas teriam que se mover com uma velocidade de 10 quilômetros por ano para permanecer no clima a que estão adaptados. A maior taxa de deslocamento de biomas - 1 quilômetro por ano - foi registrada no final da última era glacial, há cerca de 10 mil anos. Segundo os autores do estudo, muitas espécies não conseguirão alcançar velocidade tão alta e desaparecerão.

Os hábitats encontrados nas latitudes norte do Canadá, Rússia e Escandinávia são os que correm maior perigo de extinção. Nessas regiões, como o aquecimento é mais severo, cerca de 70% dos habitats podem ser extintos. Rússia, Suíça, Finlândia, Letônia, Uruguai, Butão e Mongólia podem perder 45% ou mais de seus hábitats atuais. "O mapa mostra que grandes áreas do Brasil, incluindo o leste e o sul da Amazônia e muito do Brasil central e do sul, estão ameaçadas", afirma Jay Malcolm.

As espécies com maior risco de extinção são as raras e que vivem em hábitats isolados ou fragmentados. "Como essas populações são menores e concentradas, o processo de migração não é tão rápido", explica Malcolm. "Além disso, é mais difícil migrar por meios hostis, como espécies de uma floresta movendo-se por uma área agrícola."

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