Efeito estufa

Jospin: aquecimento global é ameaça séria

Fonte - Estadão

O primeiro-ministro francês destacou o fato de que o aquecimento global deverá prejudicar, em maior medida, os países pobres

Lyon, França - O primeiro-ministro da França, Lionel Jospin, disse hoje que secas, enchentes e doenças virão a se tornar ameaças ainda maiores, a menos que os países desenvolvidos se empenhem mais em reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. Jospin fez a afirmação durante discurso em uma conferência sobre o aquecimento global.

De acordo com Jospin, os países mais ricos devem tomar atitudes "urgentes" para reduzir a emissão artificial de gases que afetam o clima do planeta. "Os países industrializados devem continuar a assumir toda a responsabilidade que têm", disse Jospin. "Isto é essencial, se quisermos manter um planeta habitável".

Delegados de 160 países reúnem-se esta semana em Lyon, como preparação para a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que deve ocorrer em novembro, na Holanda. O objetivo é concluir as negociações para a implementação de um acordo histórico de 1997, que obriga os países industrializados a reduzir suas emissões em 5%, entre 2008 e 2012.

O presidente dos EUA, Bill Clinton, assinou o acordo de 97, mas o Senado americano vem se recusando a ratificar o acordo, a menos que os países em desenvolvimento também assumam compromissos, e que os custos sejam analisados. Mas Jospin afirmou que considerações econômicas de curto prazo devem ser postas de lado. "É nossa responsabilidade conjunta controlar essas emissões".

Jospin destacou o fato de que o aquecimento global deverá prejudicar, em maior medida, os países pobres. "Os efeitos mais brutais e devastadores do aquecimento global atingirão os povos mais empobrecidos", afirmou. O primeiro-ministro não acusou nenhum país diretamente, mas os EUA eram o alvo de suas observações: de acordo com números da ONU, os Estados Unidos respondem por 36% das emissões de dióxido de carbono; a União Européia, 24%; e a Rússia, 17%.

A França, assim como os EUA, ainda não ratificou o acordo de 1997.

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