Gás natural, o "patinho feio"

Combustível fóssil pode ser uma alternativa para a crise do petróleo

fonte - Ciência Hoje

Durante décadas, o gás natural foi visto como um estorvo. Presente na maioria dos poços de petróleo, ele apresentava risco nas plataformas e era queimado ou reinjetado para aumentar a pressão (gas lift), facilitando a retirada do composto mineral. Hoje, com a perspectiva de esgotamento do petróleo, o antigo patinho feio é visto como a principal alternativa para gerar energia. Embora parte do gás natural ainda seja queimada ou utilizada em função do petróleo, a maior parte é reinjetada nos reservatórios para ser conservada, prevendo um aumento da demanda.

Assim como o petróleo, o gás natural é um combustível fóssil, que pode ser encontrado no subsolo. Ele tanto pode estar acompanhado de petróleo quanto em poços em que a proporção do óleo é pequena ou nula. Ele existe em praticamente todos os continentes, dispersa-se com facilidade na atmosfera e sua queima libera 30% menos gás carbônico que a de outros combustíveis fósseis - o que implica uma desaceleração considerável do efeito estufa.

O gás natural produz mais energia que os derivados do petróleo e, ao contrário destes, não necessita de aquecimento para ser utilizado. Além disso, as instalações para seu aproveitamento são de baixo custo e ele chega ao consumidor com um preço competitivo: quando usado como combustível, propicia uma redução no custo de até 60%. Hoje, o recurso já representa quase um quarto da matriz energética mundial.

No Brasil, o gás natural ainda está começando a ser utilizado e responde por apenas 3,2% do consumo de energia do país. No entanto, as previsões do governo são de que ele passe a representar de 10 a 12% da matriz energética nacional em 2010. Para isso, está sendo construída uma malha de gasodutos em diversas partes do país, inclusive em parceria com países vizinhos. Há hoje no Brasil 4900 quilômetros de gasodutos em operação, e outros tantos em construção.

O gás natural pode ter diversas finalidades, como o uso industrial ou doméstico. No Nordeste, ele é utilizado desde a década de 70 como matéria-prima para a industria de fertilizantes. Hoje, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro são abastecidas de gás natural por túneis subterrâneos, e automóveis, ônibus e caminhões estão sendo convertidos para usar o recurso como combustível. Os benefícios podem ser facilmente atestados em uma conversa com os taxistas dessas cidades. Muitos deles já optaram pela conversão, embora mantenham um sistema dual de alimentação para emergências.

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