Louis Pasteur

O homem que acreditava em microorganismos

Luis Pasteur: a ele devemos nosso conhecimento sobre a verdadeira natureza do processo de fermentação e também a compreensão das principais doenças que tenham produzido a morte e a desvastação tanto entre os homens quanto entre os animais. Finalmente, ele descobriu como podem se proteger nossos corpos contra essas doenças, ou como suas toxinas podem virar inócuas quando invadiram nossos corpos.

Em meados do século passado, conhecia-se muito pouco sobre os motivos reais dos "grandes castigos da espécie: as pragas, febres e pestilências", como se manifesta em O novo médico da família, editado em espanhol no ano 1925 ( a obra foi escrita pelos doutores Newton Evans, Percy Magan e Jorge Thomason, da Faculdade de Medicina de Loma Linda, Califórnia). E nesse lugar, apresenta-se a grande obra de Pasteur. Louis Pasteur tinha nascido em Dole ( na França ) em 1822, mas é pouco o que se sabe sobre sua infância e sua adolescência até que estudou na École Normale Supérieure de Paris. 

Aos 46 anos sofreu um ataque de paralisia. Contudo, ele se recuperou e embora sua salud ficou muito prejudicada, consagrou-se com tanta dedicação às suas pesquisas, que conseguiu suas maiores descobertas depois de passar por toda essa adversidade.

Suas primeiras pesquisas se focalizaram para a área da química orgânica e daí passou ao estudo das fermentações e sua utilidade na fabricação do álcool. A similitude que observava entre os processos de fermentação (da cerveja e o vinagre) e o apodrecimento e a supuração das feridas, convenceu a Pasteur de ter achado a chave sobre as doenças infecciosas e lhe permitiu chegar à conclusão da origem microbiana delas, levando para a área da cirurgia médica suas descobertas químicas.

A partir disso, também desenvolveu uma técnica para impedir a transformação dos alimentos denominada pasteurização. Ela consiste num procedimento para higienizar qualquer produto (leite, vinho, etc.) através da temperatura para matar os germes patogênicos e acrescentar o tempo de conservação.

No ano 1877, a grave doença ántraz produzia a morte das ovelhas na França toda, atingindo o 50% a mortalidade de alguns rebanhos. Também os cavalos, bois e vacas morriam por essa misteriosa doença. E o ser humano não era a exceção da regra. Foi nesse momento quando Pasteur começou seus esforços para resolver o mistério.

Nesse tempo, existia uma grande polêmica nos círculos médicos e científicos, respeito da origem da febre tifóide e também da origem da febre puerperal, pela que morriam milhares de mulheres nos partos. Muitos dos médicos da época impugnavam a teoria bacteriana. Agora, quando a existência das bactérias não se questiona, não é fácil imaginar aquela época na que apenas poucos homens acreditavam nessa teoria.

Pasteur era um deles e foi o maior expoente do princípio da infecção pelos germes.

Segundo o relato de Renato Valléry-Radot na sua obra "Vida de Pasteur", ele "não tem dúvida nenhuma de manifestar que um organismo microscópico é a causa mais freqüente da infecção nas mulheres depois do parto. Um dia, num debate acadêmico sobre a febre puerperal, um dos mais inteligentes colegas falava com eloqüência sobre as causas das epidemias nas salas de maternidade dos hospitais. Pasteur interrompeu sua palestra para dizer-lhe: 'Nenhuma dessas coisas produz a epidemia; o pessoal médico e as enfermeiras são os que levam o micróbio duma mulher infetada para outra sã.' E como o orador replicou que não achava possível a descoberta desse micróbio, Pasteur foi até a lousa e desenhando o esquema dum organismo em forma de cadeia, disse: 'Aí tem, é semelhante a isto!' Sua certeza era tão profunda que tinha que exprimi-la com força. É impossível descrever agora, a surpresa e a admiração dos estudantes e doutores dos hospitais, quando com muita simplicidade e segurança dum homem que pela primeira vez entrava numa sala de maternidade, criticou os instrumentos e aplicaciones e manifestou que toda a roupa branca tinha que ser desinfetada."

Para sustentar sua postura, apelou aos métodos experimentais mais cuidadosos e claros, até que finalmente conseguiu isolar o bacilo do ántraz e criar sua vacina.
Mas, essa não foi a primeira de suas descobertas em matéria de doenças animais.

Realmente, suas pesquisas nessa área tinham-se iniciado muito tempo antes, com a pesquisa da pebrina, a doença epidêmica do bicho-da-seda e a do bacilo do cólera nas galinhas.
Mas, o maior dos triunfos o conseguiu com a descoberta do remédio para a hidrofobia (depois chamada raiva) que nessa época era um verdadeiro pesadelo.

Desde a infância, Pasteur tinha sentido um profundo desejo por encontrar um procedimento para curar a hidrofobia. Quando era uma criança, tinha aparecido um lobo raivoso na comunidade onde ele morava e muitos amigos e vizinhos dele foram mordidos, deixando aterrorizados todos os habitantes durante longo tempo.

Aproximadamente, desde o ano 1880, Pasteur consagrou à doença constantes e longas pesquisas. Ele procurou o vírus no sangue e não o encontrou. Finalmente, depois duma infatigável procura, seguiu o seu rasto ao longo dos nervos. Depois de fazer a emulsão do cérebro dum cachorro raivoso e inoculá-la no cérebro dum cachorro são, conseguiu transmitir-lhe a doença, aprendendo desse jeito, que de cérebro para cérebro o veneno se tornava mais virulento e que se o tecido nervoso se secava, o veneno perdia pouco a pouco sua virulência.

Finalmente, aproximadamente no ano 1885 conseguiu preparar uma vacina contra a raiva e a experimentou pela primeira vez com sucesso em julho desse ano, quando um menino alsaciano foi mordido por um cão raivoso.

O maior sucesso na vida de Pasteur como cientista, foi obtido com esse menino.

Pouco tempo depois, a notícia tinha-se espalhado e o interesse do público por essa descoberta não teve precedentes: a recompensa de Pasteur foi uma espontânea coleta mundial para ele tiver seu instituto de pesquisas. O que aconteceu o dia 14 de novembro de 1888, quando se abriu o Instituto Pasteur.
No seu discurso inaugural, o cientista pediu insistentemente aos pesquisadores presentes a "manter acordado o entusiasmo dos primeiras momentos, mas submetê-lo a um controle rigoroso".

Ele agregou: "Jamais arrisquem nada que não possa ser demonstrado de maneira clara e definitiva. Se a ciência não tem pátria, o homem de ciência tem que tê-la para oferecer-lhe as homenagens que seus trabalhos atinjam no mundo".
Pasteur morreu no ano 1895, aos 72 anos de idade em Villenueve-L'Etang.

Fonte - Discovery

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