Seres humanos estão forçando a capacidade global do planeta

original em - CNN

21 de outubro, 2000 às 4:46 PM hora de Nova York (2046 GMT)

BRUXELAS -- Se a população dos países em desenvolvimento consumisse tanto quanto os moradores de países mais ricos, a raça humana precisaria de outros dois planetas Terra para se satisfazer. O alerta foi feito em um informe do Fundo Mundial para a Natureza.

No estudo "Planeta vivo 2000", divulgado na sexta-feira, o Fundo Mundial para a Natureza, organismo que avalia a saúde do meio ambiente no mundo, afirmou que os seres humanos já estão "forçando os limites de capacidade do planeta".

Ao calcular a quantidade de recursos naturais necessários para fornecer alimentos, energia e bens manufaturados, o Fundo estimou a carga ou "vestígio ecológico" que cada pessoa deixa no meio ambiente.

E chegou a um resultado alarmante.

Apesar dos atuais níveis de atividade econômica, os seres humanos utilizam 30 por cento do que o planeta poderia fornecer normalmente, sem o acarretamento de danos.

Os resultados desta sobrecarga dos recursos do planeta Terra são o desflorestamento, a perda de peixes e as mudanças de clima. O informe indicou também que as populações de fauna silvestre nos bosques e nos ecossistemas marinhos e de água doce sofreram uma redução de um terço nos últimos 30 anos.

"A única maneira de reverter essas tendências é começar a levar a sério os recursos naturais de nosso planeta", declarou o presidente do Fundo Mundial para a Natureza, Ruud Lubbers.

Segundo Lubbers, ex-primeiro-ministro da Holanda, o organismo utilizará esse informe para pressionar a adoção de decisões políticas concretas durante a conferência ambiental que será realizada em Haia no próximo mês.

Lubbers também disse que a gerência eficiente das empresas e das tecnologias modernas poderiam ajudar a retificar a situação atual, explicando que as populações dos países desenvolvidos devem reduzir o consumo à medida que as economias dos países pobres crescem.

"Não garanto um crescimento no nível de riqueza através das novas tecnologias", disse Lubbers.

"Se temos que tomar uma decisão, sejamos mais austeros e consumamos menos", concluiu.

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