Vitaminas

Será que fazem somente bem ???

Mais de quatro milhões de brasileiras tomam vitaminas, segundo professor

(SALUTIA) -- Apontadas como as principais consumidoras de suplementos alimentares vendidos no Brasil, as mulheres enfrentam estresse, osteoporose e tensão pré-menstrual, motivos que justificam esse comportamento, segundo especialistas.

Os brasileiros gastaram cerca de 500 milhões de dólares com vitaminas e suplementos nutricionais só no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Vitaminas (Abivita). Trata-se de um público estimado em nove milhões de consumidores, dos quais mais da metade seriam mulheres.

"Não dispomos de trabalhos epidemiológicos nacionais para afirmar que as brasileiras são as grandes consumidoras de suplementos," disse professor Roberto Carlos Burini, chefe do Laboratório de Metabolismo e Nutrição da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, São Paulo. "Mas a julgar pela quantidade de produtos disponíveis para esse público, elas devem ser maioria."

Maioria não conta ao médico que é usuária

Entre a população dos Estados Unidos, de onde veio a moda dos suplementos, as mulheres são as usuárias típicas, conforme estudos orientados pelo professor June Riedlinger, da University of Massachussets College of Pharmacy & Health Sciences.

Uma pesquisa publicada este ano no Journal of the American Pharmaceutical Association com 135 pacientes que dizem tomar suplementos à base de ervas revelou que a maior parte eram mulheres. Outros dados significativos: 84 por cento eram brancas, 60 por cento consumiam o produto sem receita médica e 95 por cento, sem o conhecimento de seus médicos. "As brasileiras usam menos suplementos que as americanas e as européias. Mas o estilo de consumo se assemelha", afirma Burini.

Estresse e envelhecimento exigem reposição

No Brasil, é costume indicar suplementação vitamínica a pacientes de terceira idade, fase da vida em que ocorre redução da ingestão e da variedade de alimentos.

O estresse é outra condição que requer a reposição de vitaminas, segundo comenta o engenheiro de alimentos Jayme Farfan, professor da área de Nutrição Aplicada à Ciência e Tecnologia na Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo. Por estarem disputando cargos no mercado de trabalho e sofrerem mais pressões profissionais e pessoais, as mulheres são fortes candidatas ao consumo desse tipo de produto, disse.

Menos osteoporose, melhor desempenho físico

Para mulheres com mais de 50 anos, os médicos recomendam a ingestão de vitaminas, porque ajuda a combater osteoporose (vitamina D), artrite reumatóide (vitamina F1 ou ômega 3) e anemia (ácido fólico). Os suplementos são indicados também para mulheres com fluxo menstrual intenso (o mineral ferro também pode ser recomendado) e sintomas de tensão pré-menstrual (mais conhecida pela sigla TPM) que estejam associados à perda de vitamina B6.

No esporte, os multivitamínicos (substâncias que misturam minerais e vitaminas) vêm sendo ministrados para melhorar o desempenho físico, aliviar as dores e combater os radicais livres formados pelo estresse que o exercício provoca. Conforme dados da Abivita, os esportistas são o público emergente dos suplementos. "Mas ainda está em discussão a necessidade de suplementação nesses casos, sobretudo quando a alimentação é balanceada", diz Burini.

Excesso pode provocar danos ao fígado

Até agora poucas pesquisas acompanharam os efeitos dos suplementos de vitaminas, sais minerais e extratos vegetais quando consumidos por períodos muito longos. Por isso, embora não seja considerado remédio e dispense o receituário para compra, os médicos ligados à área de nutrição recomendam que o usuário, antes de tomar essas cápsulas, receba a orientação de um especialista. "Se não for detectada a carência de um nutriente não será necessária a reposição artificial. Em excesso, a vitamina pode até causar danos", alerta Burini.

O grupo de vitaminas hidrossolúveis (as do complexo B e C) não produz riscos de superdosagem, uma vez que o excedente é eliminado pela urina. Já as lipossolúveis (A, D, E e K) podem intoxicar o fígado se forem consumidas acima do necessário. As vitaminas B3 e B6 também merecem cuidado, segundo o especialista, porque sobrecarregam, da mesma forma, esse órgão, onde os nutrientes são metabolizados.

Os limites diários de cada uma dessas vitaminas recomendados pelos médicos são de 10 mg no caso da vitamina A, 50 mcg de vitamina D, 400 mg de vitamina E, 400 mcg de vitamina K, 20 mg de vitamina B3 e 100 mg de vitamina B6.

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