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O carro do amanhã Enquanto o hidrogênio não chega, os veículos com dois tanques de combustível são a alternativa aos derivados do petróleo |
Fonte - Isto é - Darlene Menconi - Paris Ninguém
mais duvida que os automóveis do futuro vão produzir seu próprio
combustível a bordo, usando a água como matéria-prima. Cientistas,
fabricantes e governantes são unânimes em apostar que o carro do amanhã
já circula pelas pistas de teste de hoje. Os protótipos movidos a
hidrogênio são de longe a melhor alternativa para substituir os
derivados de petróleo no longo prazo. Silenciosos e tão poluentes
quanto uma chaleira, eles atraíram montadoras tradicionais, que
investigam uma saída ecológica para driblar a poluição lançada
pelos 800 milhões de veículos que transitam pelas ruas do mundo. A busca pelo sucessor do petróleo há anos movimenta o imaginário das indústrias automotivas. Desde 1978, a alemã BMW testa protótipos a hidrogênio. Sua mais recente tentativa é o Clean Energy, um BMW 750hL capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 9,6 segundos. Seu tanque tem autonomia para percorrer 300 quilômetros. |
PROTÓTIPO
O BMW a hidrogênio produz seu combustível a partir da água |
Se o hidrogênio acabar antes, um motor
suplementar a gasolina dá conta do recado, pelo menos até o posto mais
próximo. O hidrogênio é usado para produzir uma reação eletroquímica
que gera a energia necessária para acionar os motores. |
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Carroça – Incolor e inodoro, o hidrogênio é encontrado em abundância na água, que é composta de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, representados na fórmula química H2O. O sucesso de qualquer novo combustível depende de uma infra-estrutura eficiente de postos de abastecimento. Os otimistas dizem que 2050 é a data limite para as reservas de petróleo darem sinais de escassez. Até lá, as companhias petrolíferas esperam que metade dos dois bilhões de automóveis previstos usem energia alternativa, como o hidrogênio, o álcool, o óleo de girassol misturado ao diesel, a bateria solar e o sopro dos ventos. Enquanto
os protótipos a hidrogênio não alcançam o equilíbrio entre custo e
eficiência, no curto prazo a aposta são os carros híbridos, alimentados
por duas fontes de combustível. Parte desses modelos experimentais
trabalha com uma bateria elétrica e um tanque de gasolina, ou diesel. A
bateria é suficiente para os trajetos urbanos, onde o trânsito e o
congestionamento igualam os carros
à velocidade das carroças do século XIX. Um
rali criado para ser o palco internacional de discussão sobre carros
limpos testou no asfalto o
desempenho de 56 carros com combustíveis alternativos. A quarta edição
do Challenge Bibendum, criado em 1998 para celebrar o centenário do
mascote gorducho da
fabricante de pneus Michelin, avaliou
carros de marcas famosas. As européias Audi, Alfa Romeo,
Peugeot e Volvo, as japonesas Honda e Toyota e as americanas Ford e General Motors foram algumas das que completaram o
percurso entre as cidades de Heidelberg, na Alemanha, e Paris, na França. Os
testes de desempenho ocorreram no circuito de Fórmula 1
de Hockenheim, na Alemanha. Ali, ficou evidente que os carros
elétricos ainda têm chão pela frente. Nas provas de emissão de
gás carbônico (CO2), eles tiraram nota |
INVENÇÃO A patinete inteligente de Dean Kamen para fugir do trânsito urbano
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máxima. Seu outro ponto forte foi o silêncio dos motores. O ronco modesto faria feliz o imperador romano Claudius, que no primeiro século antes de Cristo baniu as barulhentas carruagens no calçamento de Roma, obrigando os pedestres a marcharem ou ser carregados em padiolas. | |