Guerra Biológica

Agentes biológicos

Fonte - Isto é

De efeito prolongado e avassalador, os vírus e bactérias usados para fabricação de petardos biológicos são altamente contagiosos. Muitas vezes a vítima não sabe que está contaminada e vira um propagador ambulante de germes. Botulismo, cólera, Ebola, febre hemorrágica ou tifóide, peste bubônica e varíola são algumas das doenças que integram esse arsenal. São males de disseminação rápida e de difícil diagnóstico. As autoridades em saúde pública temem duas doenças em particular, o anthrax, causado por uma bactéria, e a varíola, desencadeada por um vírus.

Doença comum em animais, o anthrax provoca febre, dificuldade respiratória e a morte é certa em 90% dos casos, embora existam antibióticos para tratá-la. “O problema é que não haveria tempo suficiente para vacinar ou medicar todos os doentes em caso de ataque”, explica o infectologista Artur Timerman. “É como se toda a população fosse submetida a uma quimioterapia”, diz. Num exercício de futurologia, o Congresso americano calculou que se 100 quilos da bactéria do anthrax fossem despejados numa cidade, três milhões de pessoas morreriam. Estima-se que 17 nações tenham acesso a germes assassinos. A maior parte delas testa o anthrax, que desde 1940 faz parte do estoque do governo britânico.

VARÍOLA

A contaminação em geral se dá pelo ar, pela água ou por alimentos. É o caso da varíola, doença extinta há 20 anos, que reapareceu das cinzas como ameaça mortal. Oficialmente, apenas Rússia e EUA têm uma cepa do vírus. Sabe-se, porém, que Iraque e Coréia do Norte fizeram experimentos com essa arma. Com a debacle do império soviético, pairam dúvidas sobre a possibilidade de um ex-espião russo ter vendido amostras do vírus a outros países. Altamente contagiosa, a doença começa com calafrios, febre alta, dor nas costas e na cabeça. Cinco dias depois, a pele cobre-se de pústulas. Cerca de sete entre dez pessoas infectadas morrem.

O desenvolvimento, a produção e o uso de armas químicas e biológicas são proibidos desde 1925 pela Convenção de Genebra. Como se vê pela paranóia que na semana passada tomou conta de americanos e europeus, nem todas as nações respeitam os protocolos. Iraque, Irã, Líbia e Coréia do Norte encabeçam a lista de rebeldia. Atento, o Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) de Atlanta, nos EUA, se prepara para entregar um lote de 40 milhões de vacinas contra a varíola, que só ficará pronto em 2004. Pode ser tarde demais.

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