Por que o maior buraco da camada de ozônio se localiza na Antártida, onde quase não há liberação de gases poluentes?

Fonte - ciência hoje

O único buraco na camada de ozônio situa-se sobre a Antártida. Em qualquer outro lugar da Terra, ocorre uma diminuição lenta e gradual da camada de ozônio. A explicação para esse fenômeno está nas condições especiais do pólo Sul, que aumentam a eficácia das reações químicas responsáveis pela destruição do ozônio na estratosfera. Que condições são essas? Em primeiro lugar, as temperaturas muito baixas na estratosfera -- as menores do planeta -- produzem as chamadas nuvens estratosféricas polares, aumentando a eficácia das reações. Em segundo lugar, a circulação no pólo Sul se dá em torno de um ponto chamado vórtice, que atua como uma espécie de redemoinho, produzindo o isolamento da região e deixando as reações químicas destruírem o ozônio disponível.

No pólo Norte, ao contrário, a circulação é bipolar, o que significa que sempre há renovação do ar estratosférico e, com isso, o buraco não se forma. Deve-se notar que a concentração dos CFCs (clorofluorcarbonetos) é quase a mesma em qualquer ponto do planeta, porque esses gases têm vida muito longa e podem viajar no espaço durante muito tempo. Isso possibilita uma distribuição mais equilibrada dos gases poluentes apesar de as principais fontes emissoras estarem no hemisfério Norte.

Fonte - Ciência Hoje 172, junho 2001
Volker W.J.H. Kirchhoff,
Divisão de Geofísica Espacial,
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

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