Fonte - Globo.com
Para criar o efeito da "miragem quântica", os pesquisadores
da IBM enfileiraram, com a ajuda de um microscópio eletrônico
especial, 36 átomos de cobalto sobre uma superfície de cobre, formando
um anel elíptico 5 mil vezes mais fino que um fio de cabelo. O anel de
átomos age como um "curral quântico" - reflete os elétrons
da superfície de cobre confinados dentro dele num padrão de onda
previsto pela mecânica quântica.
O tamanho e a
forma do anel elíptico determina seu "estado quântico" - a
energia e a distribuição espacial dos elétrons confinados. Os
cientistas usaram um estado quântico que concentra grandes quantidades
de elétrons em cada ponto focal do anel elíptico. Quando colocam um átomo
de cobalto num ponto focal, uma miragem aparece no outro ponto: os
mesmos estados eletrônicos dos elétrons da superfície de cobre são
detectados, mesmo não havendo qualquer átomo de cobalto ali. A
intensidade da miragem é de cerca de 1/3 da intensidade detectada em
torno do átomo de cobalto.
Para que esse método
seja de fato utilizado na construção de circuitos eletrônicos, alguns
problemas práticos terão que ser resolvidos. O primeiro é achar um
meio mais rápido de construir os anéis elípticos, pois o processo
utilizado, que emprega um microscópio eletrônico especial para
posicionar os átomos, é muito vagaroso.
Os cientistas da
IBM construíram e testaram currais elípticos de até 20 nanômetros de
comprimento por 10 nanômetros de largura. Um nanômetro equivale a um
bilionésimo de metro.
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