substituem
os derivados de petróleo, mas aumentam significativamente seu
aproveitamento. Durante o Michelin Challenge Bibendum 2003,
realizado entre 23 e 25 de setembro, na Califórnia, Estados
Unidos, mais de 100 veículos estarão testando automóveis,
caminhões e ônibus movidos a tais combustíveis, de modo a
poder comparar seu desempenho. Diversos modelos já são
experimentalmente comercializados, na Europa e Estados Unidos.
Novas parcerias
Também algumas prefeituras desenvolvem programas
experimentais, para substituição de combustíveis nos sistemas
urbanos de transporte coletivo. Existe, inclusive, um guia com
diretrizes internacionais de transporte limpo, resultante de uma
reunião realizada em Bellagio, na Itália, em 2001, e um
Conselho Internacional para o Transporte Limpo (cuja sigla, em
inglês, é ICCT), com sede em San Francisco, EUA. A Secretaria
do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) participam deste conselho,
financiado pela Hewlett Foundation, a mesma fundação que doou
recursos para a compra de 10 ônibus híbridos (diesel e sistema
elétrico) da empresa brasileira Eletra. Os ônibus serão
testados pela Setransp, na cidade de São Paulo, até o final de
2004, período em que se pretende comprovar a redução estimada
de 50 a 60% das emissões. A Eletra também já está negociando
com o Chile a venda ônibus semelhantes para teste em Santiago,
com financiamento do Banco Mundial, através de seu Comitê de
Ar Limpo.
No setor de biomassa, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) assinou, em agosto passado, um convênio
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e a Petrobrás, para ampliar os projetos de pesquisa com
combustíveis, incluindo inovações tecnológicas relacionadas
ao álcool de cana. Biocombustíveis à base de soja, girassol,
amendoim, mamona e dendê estão na lista de prioridades e as
pesquisas devem incluir análises das cadeias produtivas, além
de desenvolver processos tecnológicos.
O Brasil deve aproveitar melhor as boas condições climáticas
para produção de biocombustíveis, visando também o mercado
externo de energias renováveis. Neste sentido, a Embrapa deverá
contribuir com as tecnologias e o BNDES, identificar e
implementar mecanismos de financiamento ou participação em
capital de risco, para incentivar o desenvolvimento do setor
sucro-alcooleiro e de oleaginosas, de forma a atender a demanda
potencial. À Petrobrás cabe prestar apoio tecnológico e de
engenharia aos projetos; participar como investidora e
disponibilizar infra-estrutura comercial e logística, no país
e no exterior, para viabilizar contratos de venda dos produtos e
distribuição nos pontos de consumo.