Notícias Atuais
Pesquisas
Principal

Veja Também :

Piadas
Tirinhas
Para Pensar
Novidades do Vestibular
Meu Fim de Semana
Viu quantos acessos ?

 

visitas desde 10/outubro/2001

Notícia de 20 de maio de 2003

Poeira fina não provocou extinção de dinossauros.

Fonte - Ciência Hoje

Nuvens de ácido sulfúrico podem ter impedido fotossíntese há 65 milhões de anos


A teoria indica que nova colisão entre um asteróide e a Terra não traria
conseqüências tão catastróficas quanto se supõe

O acúmulo de poeira na atmosfera após a colisão de um asteróide gigante com a Terra, há 65 milhões de anos, pode não ter sido a causa da extinção dos dinossauros. De acordo com estudo do geólogo Kevin Pope, do Geo Eco Arc Research, em Maryland (EUA), o asteróide -- que tinha 10 quilômetros de diâmetro e caiu na península de Yucatan, no México -- não levantou quantidade de poeira fina suficiente para impedir a fotossíntese por um período significativo.

A hipótese de Pope sugere que nuvens de ácido sulfúrico impossibilitaram a fotossíntese na Terra - fenômeno responsável pela morte de plantas e animais ocorrida na época. A teoria indica ainda que um novo choque entre um asteróide e o planeta não traria conseqüências tão catastróficas quanto se supõe.

Sabe-se que o impacto do asteróide em Yucatan lançou na atmosfera uma enorme quantidade de detritos. Ao baixar à superfície, eles formaram sobre o solo uma camada de sedimentos com espessura média de 3 milímetros -- o equivalente a trilhões de toneladas de material. De acordo com Pope, entretanto, esses dados não garantem que a poeira impediu a fotossíntese na Terra - é preciso definir qual a porcentagem de poeira fina na camada sedimentar.

"Para que ocorresse uma extinção em massa, seria necessário que a poeira ficasse na atmosfera por muito tempo - alguns meses, pelo menos", diz Pope à CH on-line. "Partículas grandes de poeira, maiores que um micrômetro (igual à milionésima parte do metro), não permanecem na atmosfera por muito tempo." Como ainda não há tecnologia para medir com precisão a quantidade de partículas de poeira menores que um micrômetro, Pope criou um modelo de cálculo baseado na distribuição de partículas grandes e pequenas em erupções vulcânicas. O resultado mostrou que a quantidade de poeira fina não foi grande o bastante.

Segundo o geólogo, a região de Yucatan era rica em rochas que continham enxofre em sua composição. Essas rochas foram vaporizadas pela colisão, o que levou bilhões de toneladas de dióxido de enxofre para a atmosfera, que se converteram em nuvens de ácido sulfúrico. "Essas nuvens podem ter permanecido na atmosfera por anos, e inicialmente poderiam ter sido grossas o bastante para impedir a fotossíntese por pelo menos um ano." A impossibilidade de se fazer fotossíntese causou uma reação em cadeia: morreram as plantas, os animais herbívoros e, em seguida, os carnívoros.

Se confirmada, a pesquisa trará novos dados para se avaliar o que poderia acontecer em caso de uma nova colisão. Para Pope, o impacto de um asteróide de tamanho médio (entre um e dois quilômetros de diâmetro) não causaria grandes mudanças em escala global. Os efeitos no local da colisão, no entanto, seriam catastróficos: "Mesmo se o asteróide atingisse o mar, o que é mais provável, ondas gigantescas varreriam as regiões costeiras, matando milhões de pessoas."