grupo de controle (que jamais fumaram) e os que usaram por pouco tempo; ou seja, 10 anos em média", disseram os autores da pesquisa.
No teste de aprendizagem verbal, "os consumidores empedernidos lembraram de muito menos palavras que os do grupo de controle e os que consumiram maconha por pouco tempo. De fato, não houve diferença entre os últimos dois grupos", acrescentaram. "Mas os consumidores crônicos mostraram uma deterioração na aprendizagem, na capacidade de retenção e memória, em comparação com os outros".
Os autores do estudo, Nadia Solowij, da South Wales University, em Sydney, na Austrália, e seus colegas do Grupo de Pesquisa do Projeto para o Tratamento da Maconha, disseram que os resultados confirmam e ampliam descobertas anteriores sobre a deterioração cognitiva entre os consumidores crônicos da droga.
"Para os consumidores habituais, o tipo de deterioração observado no estudo tem o potencial de impactar no rendimento acadêmico, na capacidade ocupacional, nas relações interpessoais e no funcionamento do dia-a-dia", concluíram.
Em um artigo publicado na mesma revista, Harrison Pope, da faculdade de medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, escreveu: "Uma meta-análise recente de estudos neuropsicológicos sobre consumidores crônicos de maconha não encontrou provas significativas de déficit em sete ou oito... áreas de destrezas, e apenas um pequeno efeito na aprendizagem".
Em outro artigo, Pope disse que o presente estudo não explorava se os consumidores viciados haviam usado outras drogas, que poderiam ter contribuído para a deterioração relatada, ou se padeciam de um estado de depressão ou ansiedade, que também pode ter causado o problema.
Pope, que dirige o Laboratório Psiquiátrico Biológico do Hospital
McLean, na cidade norte-americana de Belmont, em Massachusetts, acrescentou: "O melhor que se podia dizer nesse momento é que o consenso geral ainda questiona se o consumo crônico de maconha pode ocasionar uma deterioração permanente nas funções cerebrais". |
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