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Notícia de 30 de outubro de 2002

Ecstasy pode acelerar mal de Parkinson 

Fonte - Folha

Duas ou três doses de ecstasy, nas mesmas quantidades e intervalos em que a droga é normalmente usada, podem ser suficientes para causar danos severos ao cérebro. E o pior: as células nervosas mais afetadas são as mesmas que desaparecem no mal de Parkinson, deixando o usuário mais predisposto à doença.
Esse cenário, de pesadelo para certos freqüentadores de danceterias e raves (festas com música eletrônica nas quais a droga costuma ser consumida), é pintado por uma pesquisa que sai hoje na revista científica "Science" (www.sciencemag.org).
Testes em macacos revelaram dano maciço aos axônios (terminações nervosas) dos neurônios que produzem dopamina, uma substância vital para a transmissão de mensagens químicas no cérebro. "As doses que as pessoas estão usando claramente são danosas", disse à Folha Una McCann, pesquisadora da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, co-autora do estudo.

A dopamina sumiu

Já se sabia que o ecstasy embaralhava o funcionamento dos neurônios que produzem serotonina, outro mensageiro neuronal.
Desta vez, porém, os pesquisadores flagraram também a destruição dos axônios das células produtoras de dopamina e o sumiço de até 70% dessa molécula no cérebro —e isso seis semanas depois da injeção da droga.
A idéia de McCann e seus colegas era testar o que acontecia depois de uma "dose recreacional comum", como a tomada por frequentadores de raves. É normal que eles tomem mais de um comprimido da droga em poucas horas de intervalo —cerca de 25% dos usuários da droga fazem isso, de acordo com um estudo da Universidade Federal de São Paulo.
Para ver o que ocorria nesses casos, os cientistas deram três doses de 2 mg de ecstasy (cujo nome verdadeiro é metilenodioximetanfetamina) por quilo de peso corporal para macacos, com intervalos de três horas entre cada dose. De acordo com o grupo, a dose é até menor do que a que seria ingerida por um ser humano.
Para o cérebro dos animais, examinado de duas a seis semanas depois, o resultado foi devastador. "Os axônios estavam despedaçados", afirma McCann. "A mudança não era só química, mas na própria estrutura das células.”
Efeitos na coordenação motora dos macacos (que depende dos neurônios produtores de dopamina) não foram aparentes, mas testes mostraram que eles estavam mais propensos a perder essa capacidade —problema que caracteriza pacientes de Parkinson.
"Ainda não é possível saber quanto seria preciso usar a droga para que algo parecido com Parkinson surgisse", diz McCann. "Mas, como o nível de dopamina diminui com a idade, mesmo o uso ocasional poderia predispor a pessoa a desenvolver esse problema", afirma a pesquisadora.