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Notícia de 14 de setembro de 2002

Desvendado mecanismo que inibe acúmulo de gordura 

Fonte - Ciência Hoje

Hormônio que estimula perda de peso regula gene envolvido na síntese de ácidos graxos

No organismo, a gordura dos alimentos que ingerimos pode ter dois destinos: ser armazenada ou convertida em energia. A ação de certos 'sinais' moleculares determina se o corpo acumula ou 'queima' os lipídios. Entre esses 'sinais', destaca-se a leptina, hormônio que reduz o apetite e aumenta o consumo de energia. Um estudo publicado em 12 de julho na revista Science verificou que esse hormônio poderia também bloquear a atividade da enzima SCD-1, responsável pela síntese de dois importantes ácidos graxos. A pesquisa, coordenada por Jeffrey Friedman, da Universidade de Rockefeller (EUA), sugere que leptina e SCD-1 fazem parte de um mesmo sistema que controla o metabolismo de lipídios.  

A leptina participa de mecanismos que estimulam a perda de peso. Ela é produzida

no tecido adiposo, cai na corrente sangüínea e atinge diversos órgãos, entre eles o cérebro. Em resposta à ação do hormônio, o cérebro envia sinais que aumentam a 'queima' de lipídios, sobretudo no fígado.

Os cientistas analisaram a expressão de genes no fígado de camundongos que não produziam leptina e, portanto, eram obesos. Os animais foram divididos em dois grupos: o primeiro recebia doses de leptina e comia quanta ração quisesse; o segundo não era tratado com o hormônio e podia comer no máximo a mesma quantidade de alimento consumida pelo primeiro.

Como os animais de ambos os grupos tinham a mesma dieta, apenas a ação da leptina poderia explicar seus diferentes padrões de expressão gênica. Os cientistas usaram técnicas especiais para listar genes cuja atividade havia sido amplamente alterada em resposta à ingestão do hormônio. A lista obtida era encabeçada pelo gene da SCD-1, inibido pela leptina.

Para verificar em que medida os efeitos do hormônio estariam relacionados à desativação do gene da SCD-1, os pesquisadores realizaram novo experimento: cruzaram camundongos que não produziam leptina com outros que apresentavam mutações no gene da SCD-1. Os animais gerados, deficientes em hormônio e enzima, não eram demasiadamente gordos.

Pesquisas anteriores haviam demonstrado que animais deficientes em leptina são obesos, mas, ao receberem doses do hormônio, perdem peso. O trabalho publicado na Science mostra que a desativação do gene da SCD-1 produz efeitos semelhantes aos da administração de leptina.

No entanto, drogas que bloqueassem totalmente a atividade desse gene não seriam uma boa estratégia de combate à obesidade: a enzima SCD-1 garante o bom funcionamento de glândulas da pele e olhos e protege contra os danos provocados por radicais livres. Inativar parcialmente o gene talvez seja uma alternativa viável, mas são necessários mais estudos para avaliar as vantagens e desvantagens desse processo.