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Notícia de 30 de agosto de 2002

Iceberg gigante aumenta temores de ambientalistas

Fonte - CNN

LONDRES -- A repentina desintegração de uma enorme massa de gelo na Antártida – formando um iceberg de quase seis mil quilômetros quadrados – foi classificada de "assombrosa" pela comunidade científica, revivendo, nesta semana, os temores de um reaquecimento global e de seus efeitos catastróficos. A massa de gelo, de cerca de 500 bilhões de toneladas e que foi batizada de B-22, desintegrou-se no último mês, depois de 50 anos de fortes aumentos de temperatura na Península da Antártida, que não se registraram em outras partes do continente gelado nem no resto do mundo.

Os tripulantes de um navio-laboratório da Grã-Bretanha que acompanha o deslocamento do gelo no extremo sul do planeta disseram que "a causa principal seria a mudança climática global, mas há outras razões pelas quais o clima nessa região possa ter mudado, como as correntes oceânicas e a circulação atmosférica". "O que vimos no último mês é a etapa final do colapso dessa plataforma de gelo", disse David Vaughan, da Inspeção Britânica da Antártida (agência conhecida pela sigla BAS, em inglês). "É possível que não tenha sido causado por mudanças climáticas, mas por um motivo estrutural".

Vaughan acrescentou que a desintegração da placa não afetou os níveis do mar porque a plataforma, do tamanho de um país pequeno, já flutuava na água. No

entanto, o especialista afirmou que as massas de gelo que estão em processo de erosão poderiam afetar, com o tempo, as capas de gelo em terra firme, aumentando a possibilidade de que se registre uma elevação nos níveis oceânicos. Os defensores do meio ambiente convergiram na opinião de que a repentina desintegração numa região distante do planeta constitui o sintoma de um problema mais amplo – o mundo está se reaquecendo e os resultados potenciais são catastróficos. "É difícil atribuir casos como esse a uma atividade gerada pelo Homem, mas podemos dizer que essas mudanças são consistentes com o aquecimento global e com o que se prevê para o futuro", disse a ativista Kate Hampton, do grupo Friends of the Earth. O departamento de meteorologia da Grã-Bretanha previu que as temperaturas globais subirão entre 1,4 grau e quase seis graus centígrados até o fim do século, dependendo das políticas adotadas pelos governos para reduzir as emissões de gases poluentes. "No pior dos casos seria catastrófico", disse um porta-voz da instituição. Nos últimos 150 anos, a temperatura média da Terra subiu entre 0,6 e 0,7 grau centígrado. Com a elevação das temperaturas, todo o mundo sofrerá, de uma maneira ou de outra, segundo Hampton. "Com as temperaturas altas, haverá mais chuvas intensas, o risco de inundações e de deslizamentos aumentará, além de ocorrerem mudanças nos padrões das doenças e na produtividade agrícola", alertou.