Se
comparado aos carros tradicionais, que às vezes rodam menos de dez
quilômetros com um litro de combustível, o veículo da equipe
mineira apresenta excelente desempenho. Para economizar gasolina, o
Sabiá 4 foi equipado com um computador que ajuda o piloto a dirigir o
veículo de modo mais econômico. A máquina orienta o motorista, por
exemplo, sobre a rotação ideal do motor em cada situação.
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O Sabiá 4 na pista de competição
da 18a Shell Éco-Marathon.
O sucesso do carro pode incentivar a Unifei a criar curso de graduação
em automobilística
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Ela
também pode tomar certas medidas para evitar o desperdício de
combustível sem consultar o piloto: se o carro desce uma ladeira íngreme,
o computador desliga o motor e só volta a ligá-lo quando a
velocidade estiver abaixo de um dado limite. O bom desempenho do veículo
também está associado ao tipo de motor e aos materiais usados em sua
construção.
O
carro de cada uma das 180 equipes participantes da 18a
Shell Éco-Marathon deveria, em quatro tentativas, dar até seis
voltas no circuito, enquanto computadores na pista registrariam seu
desempenho. O veículo vencedor, criado por um grupo da Universidade
de Toulouse (França), estabeleceu o novo recorde mundial: é capaz de
percorrer 3492 quilômetros com um litro de gasolina.
Embora
o desempenho do carro brasileiro tenha sido muito bom, ele foi bem
inferior ao do primeiro colocado. Segundo Laércio Caldeira, professor
da Unifei e um dos coordenadores da equipe mineira, isso se deve ao
pouco patrocínio conseguido pelo grupo: enquanto algumas equipes
estrangeiras chegaram a gastar US$ 250 mil na construção de seu veículo,
a brasileira usou menos de R$ 25 mil. "Muitos grupos estrangeiros
contavam com motores cerâmicos, que têm desempenho
surpreendente", diz. "Além disso, seus carros pesavam 30 ou
40 quilos, pois as carrocerias eram feitas de materiais leves, como
fibra de carbono ou policarbonato." A equipe mineira construiu um
veículo de 83 quilos que usava motor convencional e tinha carroceria
de fibra de vidro.
"Como
não tínhamos condições de investir no desempenho, decidimos
apostar em um design arrojado e diferente", afirma Caldeira. Foi
uma boa opção: o Sabiá 4 foi considerado o carro mais bonito da
competição. Porém, os pesquisadores, que contam com o apoio do
CNPq, pretendem desenvolver um veículo com melhor desempenho para os
próximos torneios.
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