Pesquisadores
criam um adoçante a partir do bagaço da cana de açúcar
Fonte - O
Globo
Pesquisadores brasileiros criaram um adoçante aproveitando o bagaço da
cana de açúcar. A indústria já pensa em comercializar o produto, que tem
metade das calorias dos adoçantes artificiais.
Todo ano, 30% da cana de açúcar moída no Brasil não são aproveitados.
Em média, cinco milhões de toneladas de bagaço. Que, no campo ou na
cidade, têm o mesmo destino: lixo. Mas toda esta sobra está a caminho de
ser mais bem utilizada.
É do bagaço da cana de açúcar que pesquisadores da Universidade Federal
do Rio de Janeiro estão extraindo o xilitol, uma substância que tem
propriedades terapêuticas importantes. E pode ser transformada num adoçante
revolucionário.
O xilitol é utilizado em vários lugares do mundo. No combate às cáries.
Contra otite, infecção do ouvido; e, mais recentemente, para reposição
de massa óssea para pessoas que sofrem de osteoporose.
O Brasil é o primeiro país a tentar desenvolver adoçante a partir do
xilitol retirado da cana de açúcar.
Os cientistas usaram um processo biológico que também é inédito.
Microorganismos provocam a fermentação das moléculas das fibras do bagaço
e as transformam em xilitol. Por enquanto, a escala de produção do adoçante
ainda é pequena. A indústria está de olho na pesquisa.
"Estamos discutindo, estudando uma possibilidade de parceria pra nós
estudarmos a produção do xilitol numa escala mais ampliada", disse o
pesquisador UFRJ, Nei Pereira Jr.
Por ser extraído de forma natural, e também ser encontrado no organismo, o
adoçante com xilitol não teria impactos sobre a saúde. Além de ter
apenas metade das calorias dos adoçantes artificiais.
Os pesquisadores calculam que, em dois anos, será possível produzir 150
quilos do adoçante usando uma tonelada de bagaço de cana.
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