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Notícia de 20 de novembro de 2001
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Tal
quadro fez com que o CTHidro, ou Fundo Setorial de Recursos Hídricos, por
meio do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), lançasse um
projeto de plataforma tecnológica para realizar estudos sobre a dessalinização.
Aproveitar
a água do mar ou a água salobra, depositada em reservatórios, para
consumo é uma realidade em outros países há décadas. Opção
para barragens João
Metello de Mattos, consultor do CTHidro e especialista em dessalinização,
disse à Agência Brasil acreditar que um sistema de transformação de água
salgada ou salobra em potável, para obter resultados satisfatórios,
precisa considerar além das questões econômicas, as informações que a
própria natureza fornece. O
mar é bom As
grandes cidades nordestinas, predominantemente localizadas no litoral, são,
segundo Mattos, banhadas por um mar ideal para se fazer a filtragem. A
dessalinização da água do mar por calor é apontada por ele como a ideal
para abastecer os grandes municípios litorâneos do Nordeste. E, dentre as
tecnologias que utilizam essa fonte de energia, Mattos recomenda as usinas
com Dessalinizador Multi Efeito (DME) porque "são as que melhor se
adaptam à realidade nacional". Tecnologia
simples, de fácil implantação e de conhecimento dos pesquisadores
brasileiros", avalia ele. Sem
poluição Uma
vantagem da utilização da água do mar é a inexistência de contaminantes.
A captação é feita longe dos emissários submarinos de esgoto e dos
portos. Entretanto,
a dessalinização não é um processo aplicado só à água do mar. Os poços
artesianos, principalmente os das bacias cristalinas, caso de 95 por cento
do semi-árido nordestino, apresentam-se na sua grande maioria, com água
salobra que, uma vez dessalinizada, é uma solução para atender ao meio
rural. No
caso das usinas para água salobra a tecnologia que se adapta melhor é a
que utiliza a osmose reversa: a água é submetida a uma forte pressão e
passa através de membranas que retêm o sal e os minerais. Aproveitar
a natureza Também
na navegação, as tecnologias se distinguem entre pequenos e grandes.
Barcos menores, como os veleiros, são abastecidos por água tratada por
osmose reversa, já os transatlânticos usam água destilada por calor, nas
caldeiras. "Como
no mar, as necessidades locais de água definirão a tecnologia
adequada", diz Mattos. Além
do abastecimento direto, a água dessalinizada pode ser empregada para repor
os níveis dos lençóis freáticos. "No
Recife, capital que mais sofre com os racionamentos, os lençóis estão a níveis
baixíssimos", informa. "Paralelo à necessidade de prover as regiões
com uma quantidade suficiente de água, é necessário que se promovam
atividades adaptáveis às condições da região". |