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Notícia de 30 de outubro de 2001

Risco à camada de ozônio

Fonte - Estadão - Enviado por - Luiz André Rodrigues


Signatários do Protocolo de Montreal querem restringir novas substâncias, sobretudo nos países em desenvolvimento, e eliminar falhas do atual documento.

Os 180 países signatários do Protocolo de Montreal, contra o uso de substâncias prejudiciais à camada de ozônio, estão reunidos até a próxima sexta feira, em Colombo, no Sri Lanka, com o objetivo de ratificar emendas já aprovadas e aumentar as restrições previstas no acordo internacional. As atenções se voltam, em especial, para os países em desenvolvimento, uma vez que a grande maioria dos países industrializados já baniu quase todos os químicos nocivos, cuja lista negra abrange 96 substâncias diferentes. O centro das atenções, como sempre, deve ser o reforço ao Fundo Multilateral para o período 2003-2005. O fundo financia a transferência para tecnologias mais limpas, tendo atendido 120 países em desenvolvimento, com um total de US$1,2 bilhões, desde que foi criado, em 1991.

Apesar de ser menor do que o registrado no ano passado, o buraco na camada estratosférica de ozônio sobre a Antártica, este ano, atingiu 38,6 milhões de quilômetros quadrados, quase a soma dos territórios do Brasil e Federação Russa. Nas altas latitudes do Hemisfério Norte, a diminuição na camada de ozônio registrada durante a primavera (mês de março) foi de 20% sobre o Canadá, 30% na Sibéria, 10 a 12% na Europa e 6 a 10% nos Estados Unidos. As medidas são feitas sempre nos meses de primavera, quando o aumento da incidência de raios solares desencadeia as reações químicas com cloro-fluor-carbonos (CFCs), halogênios, freons e outros gases, destruindo o ozônio protetor e deixando passar mais raios ultravioleta.

O tamanho do atual buraco ainda é atribuído às emissões antigas de substâncias prejudiciais, que persistem por muitos anos na alta atmosfera. Os efeitos das restrições feitas a partir do Protocolo de Montreal, de 1987, só serão sentidos dentro de mais algumas décadas, 4 a 5, pelo menos. Mas ainda é preciso eliminar os CFCs nos países em desenvolvimento, que hoje respondem pelo consumo de 83% destas substâncias. Por enquanto, o acordo só obriga a uma estabilização da quantidade de CFCs consumida, nos mesmos níveis de 1999. Em 2002, está prevista também a contenção no consumo de halogênios e brometos de metila (usados em fungicidas agrícolas).

A intenção, na reunião desta semana, é acelerar a substituição dos químicos mais prejudiciais por outros, menos danosos, nos países em desenvolvimento, ao invés de apenas estabilizar o consumo. E aumentar o controle sobre contrabandos, que têm sido feitos entre países com consumo autorizados e países industrializados. Além disso, será discutida a ampliação da lista negra, incluindo produtos recentemente desenvolvidos, como os solventes hexaclorobutadieno e n-propil-brometo; o 6-bromo-2-metoxil-naftaleno, que serve para fabricar o metil brometo, já proibido, e o halogênio 1202, utilizado no combate ao fogo.