Apesar de ser menor do que o registrado no ano passado, o buraco na camada
estratosférica de ozônio sobre a Antártica, este ano, atingiu 38,6 milhões
de quilômetros quadrados, quase a soma dos territórios do Brasil e Federação
Russa. Nas altas latitudes do Hemisfério Norte, a diminuição na camada de
ozônio registrada durante a primavera (mês de março) foi de 20% sobre o
Canadá, 30% na Sibéria, 10 a 12% na Europa e 6 a 10% nos Estados Unidos.
As medidas são feitas sempre nos meses de primavera, quando o aumento da
incidência de raios solares desencadeia as reações químicas com cloro-fluor-carbonos
(CFCs), halogênios,
freons e outros gases, destruindo o ozônio protetor e deixando passar mais
raios ultravioleta.
O tamanho do atual buraco ainda é atribuído às emissões antigas de substâncias
prejudiciais, que persistem por muitos anos na alta atmosfera. Os efeitos
das restrições feitas a partir do Protocolo de Montreal, de 1987, só serão
sentidos dentro de mais algumas décadas, 4 a 5, pelo menos. Mas ainda é
preciso eliminar os CFCs nos países em desenvolvimento, que hoje respondem
pelo consumo de 83% destas substâncias. Por enquanto, o acordo só obriga a
uma estabilização da quantidade de CFCs consumida, nos mesmos níveis de
1999. Em 2002, está prevista também a contenção no consumo de halogênios
e brometos de metila (usados em fungicidas agrícolas).
A intenção, na reunião desta semana, é acelerar a substituição dos químicos
mais prejudiciais por outros, menos danosos, nos países em desenvolvimento,
ao invés de apenas estabilizar o consumo. E aumentar o controle sobre
contrabandos, que têm sido feitos entre países com consumo autorizados e
países industrializados. Além disso, será discutida a ampliação da
lista negra, incluindo produtos recentemente desenvolvidos, como os
solventes hexaclorobutadieno e n-propil-brometo; o 6-bromo-2-metoxil-naftaleno,
que serve para fabricar o metil brometo, já proibido, e o halogênio 1202,
utilizado no combate ao fogo. |