A Capitania dos Portos de Paranaguá isolou toda a área e afirmou que há
risco de incêndio e explosão do navio, que estava carregado com 22 milhões
de litros do produto, altamente inflamável.
A substância que vazou estava acondicionada em um dos cinco tanques do
cargueiro "Norman", que está encalhado a cerca de 1,5 quilômetro
do terminal da Petrobras. O Corpo de Bombeiros está retirando os moradores
das ilhas próximas, para evitar contaminação. Na região insular, vivem
7.000 pessoas, que entraram em pânico após o acidente.
A nafta é um derivado líquido de petróleo usado na indústria petroquímica,
que pode ser transformada em gás de uso doméstico. Quando em contato com o
ar quente, a substância se volatiliza rapidamente, criando o risco de
explosão com uma simples faísca. Foi esse perigo que levou a Defesa Civil
a interditar a área ao redor do acidente. Desde o início da tarde, o Porto
de Paranaguá suspendeu os trabalhos por tempo indeterminado. O forte cheiro
de nafta no ar causou mal-estar entre as pessoas que trabalhavam no cais.
O governador do Paraná, Jaime Lerner, e o presidente da Petrobras, Henri
Philippe Reichstul, sobrevoaram o local do acidente junto com Sarney Filho.
Cerca de 300 técnicos trabalham no local. A área com maior risco de explosão
está em um raio de 300 metros a partir do navio.
"A população deve manter distância. A nafta, além de inflamável,
é corrosiva e, quando inalada, pode representar risco de vida", disse
Lerner. Os ventos fortes na região tendem a fazer a nafta dissipar-se no
ar. Reichstul informou que a tripulação do navio acidente - 21 pessoas -
foi retirada e passa bem. O coordenador da Defesa Civil, Luís Antônio
Vieira, informou que foram colocados 1.200 metros de barreiras de contenção
para evitar que a água do mar com a nafta se espalhe e contamine o mangue
próximo. O tráfego naval está proibido na região.
De acordo com nota divulgada pela Petrobras, o vazamento está controlado e
a provável causa teria sido um furo em um dos tanques de carga do navio. A
estatal contratou uma empresa internacional, que analisa a hipótese
de esvaziar o navio. O superintendente do Porto de Paranaguá, Osires Guimarães,
disse que a paralisação das operações causará um prejuízo de R$ 500
mil por dia. |