Poluentes
orgânicos podem ser proibidos.
Fonte - Gazeta
do Povo
Expectativa é não repetir fracasso da conferência de Haia.
Johannesburgo (AFP) – Representantes de 120 países deram início
ontem, em Johannesburgo, a uma nova sessão de negociações sobre a proibição
dos poluentes orgânicos persistentes (COP), com a preocupação de não
repetir o fracasso da conferência de Haia sobre o efeito estufa.“É
evidente que não podemos permitir que se repita nesta conferência o que
aconteceu em Haia, onde não foi possível chegar a um acordo”, afirmou a
vice-ministra sul-africana de Meio Ambiente, Rejoyce Mabudafhasi, ao dar início
à conferência.
“Devemos empregar aqui esforços diferentes, a fim de chegar a um
resultado que corresponda às expectativas da população do mundo”, disse
a ministra aos representantes dos governos, instituições e organizações
não-governamentais reunidas em Johannesburgo, neste sábado. O objetivo das
negociações é preparar uma convenção que proíba a produção e a
utilização de doze COP, cujos índices no momento são os mais
preocupantes.
São oito pesticidas (entre eles o DDT), dois produtos industriais e dois
subprodutos de incineração de lixo e materiais plásticos. Na convenção
deste ano, devem ser definidas medidas financeiras de acompanhamento dos
esforços de eliminação dos produtos nos países que os fabricam: Brasil,
China, Índia e África do Sul.
Na África do Sul, o DDT voltou a ser utilizado em 1999 nas zonas em que há
incidência da malária, depois de um forte surto da doença, onde o número
de vítimas cresceu de 4.693 em 1991, para 54.746 em 2000.“As medidas práticas
da convenção deverão contemplar a eliminação progressiva dos programas
de DDT tendo em conta a crise atual de malária na África do Sul, em países
do Leste da África e outros em vias de desenvolvimento”, afirmou
Mabudafhasi.
O diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
Klaus Toepfer, declarou que a ajuda financeira a estes países para que
eliminem os COPs pode ser o ponto mais espinhoso das conversações de
Johannesburgo.
Entretanto, os COPs são um problema mundial que requer solução global,
avaliou Toepfer, advertindo que será necessário fazer concessões para
realizar um acordo no sábado que proteja a saúde humana e a integridade do
meio ambiente.
O Greenpeace realizou uma manifestação no início da conferência de
ontem, lembrando aos participantes que, em 50 anos de existência, os COPs têm
contaminado os corpos de todos os seres vivos.
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