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Notícia de 20 de junho de 2001

Shell e Paulínia vão examinar moradores

Fonte - www.estadao.com.br

Brasília - A empresa Shell Brasil S.A. e a prefeitura de Paulínia acertaram nesta quarta-feira realizar conjuntamente exames em cerca de 200 moradores da área vizinha à antiga fábrica de pesticidas que teriam sido contaminados por substância tóxicas "Drins".

Os exames serão feitos em um laboratório escolhido pela prefeitura e também no Adolfo Lutz e no Fleury, indicados pela Shell.

O acordo ocorreu ao final da audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara dos Deputados, que demorou mais de quatro horas.

Segundo o deputado Luciano Pizzatto (PFL-PR), a Shell aceitou pagar os custos dos exames no laboratório indicado pela prefeitura, que vinha negociando com o Ceatox, que é ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Em contrapartida, os mesmos moradores serão submetidos a exames no Fleury para detectar presença de metais pesados no organismo e no Lutz para identificar resíduos de Drins.

Deputados da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias deverão inspecionar a antiga fábrica de pesticidas da Shell, em Paulínia (SP), para verificar in loco a situação das chácaras contaminadas por produtos tóxicos da empresa.

Requerimento nesse sentido será votado na próxima quarta-feira. Os parlamentares querem ainda criar uma subcomissão para acompanhar o caso e pedir informações sobre a contaminação à Shell, à Companhia de Tecnologia de Saneamento de São Paulo (Cetesb) e ao Ministério Público.

Representantes da empresa, da Cetesb, dos moradores da área afetada, dos trabalhadores da antiga fábrica e o prefeito de Paulínia, Edson Moura, participaram nesta quarta-feira de audiência pública na comissão.

"O assunto é tão grave que não pode esgotar-se numa única audiência pública", disse o deputado Salatiel Carvalho (PMDB/PE).

Para o deputado Luciano Zica (PT-SP), o papel da comissão deve ser o de acelerar a solução do problema.

Em 1994, a Shell formalizou autodenúncia no Ministério Público informando sobre a contaminação ambiental. Mas até hoje faltam dados precisos sobre a situação do solo e da água em torno da fábrica, além do eventual impacto das substâncias químicas nos moradores, segundo a coordenadora da Campanha de Substâncias Químicas e Tecnologias Tóxicas do Greenpeace, Karen Suassuna.

Até esta quarta-feira à tarde, ainda não havia sido definida a data de início dos exames de sangue na população para identificar possíveis contaminações.