Shell e Paulínia vão examinar moradores
Fonte - www.estadao.com.br
Brasília - A empresa Shell Brasil S.A. e a
prefeitura de Paulínia acertaram nesta quarta-feira realizar conjuntamente exames em
cerca de 200 moradores da área vizinha à antiga fábrica de pesticidas que teriam sido
contaminados por substância tóxicas "Drins".
Os exames serão feitos em um laboratório escolhido pela prefeitura e também no
Adolfo Lutz e no Fleury, indicados pela Shell.
O acordo ocorreu ao final da audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor,
Meio Ambiente e Minorias da Câmara dos Deputados, que demorou mais de quatro horas.
Segundo o deputado Luciano Pizzatto (PFL-PR), a Shell aceitou pagar os custos dos
exames no laboratório indicado pela prefeitura, que vinha negociando com o Ceatox, que é
ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Em contrapartida, os mesmos moradores serão submetidos a exames no Fleury para
detectar presença de metais pesados no organismo e no Lutz para identificar resíduos de
Drins.
Deputados da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias deverão
inspecionar a antiga fábrica de pesticidas da Shell, em Paulínia (SP), para verificar in
loco a situação das chácaras contaminadas por produtos tóxicos da empresa.
Requerimento nesse sentido será votado na próxima quarta-feira. Os parlamentares
querem ainda criar uma subcomissão para acompanhar o caso e pedir informações sobre a
contaminação à Shell, à Companhia de Tecnologia de Saneamento de São Paulo (Cetesb) e
ao Ministério Público.
Representantes da empresa, da Cetesb, dos moradores da área afetada, dos trabalhadores
da antiga fábrica e o prefeito de Paulínia, Edson Moura, participaram nesta quarta-feira
de audiência pública na comissão.
"O assunto é tão grave que não pode esgotar-se numa única audiência
pública", disse o deputado Salatiel Carvalho (PMDB/PE).
Para o deputado Luciano Zica (PT-SP), o papel da comissão deve ser o de acelerar a
solução do problema.
Em 1994, a Shell formalizou autodenúncia no Ministério Público informando sobre a
contaminação ambiental. Mas até hoje faltam dados precisos sobre a situação do solo e
da água em torno da fábrica, além do eventual impacto das substâncias químicas nos
moradores, segundo a coordenadora da Campanha de Substâncias Químicas e Tecnologias
Tóxicas do Greenpeace, Karen Suassuna.
Até esta quarta-feira à tarde, ainda não havia sido definida a data de início dos
exames de sangue na população para identificar possíveis contaminações.
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