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Notícia de 11 de março de 2001

Chumbo contamina moradores de uma cidade do Paraná

Fonte - Globo.com

Foram 25 anos respirando o ar pesado dentro da mineradora. O metalúrgico Olivaldo Fagundes ainda lembra dos sintomas da contaminação pelo chumbo: "Cansaço físico, formigamento no corpo e cor pálida".

O metal que intoxicou o pai agora prejudica a saúde do filho. No sangue de Antônio, o índice de chumbo é três vezes maior do que o limite considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde.

A mineradora está fechada há quatro anos, as instalações abandonadas. Tudo o que sobrava do processo de fundição era trazido para uma área a um quilômetro da empresa. Com o tempo, o material formou uma montanha de resíduos a céu aberto, que ainda está contaminando os moradores de Adrianópolis.

No terreno à beira da estrada não há segurança. As partículas se espalham pelas áreas vizinhas e, quando chove, chegam até o Rio Ribeira na divisa com São Paulo. Exames já revelaram que nesse trecho o rio está poluído pelo chumbo.

As crianças são as mais expostas ao perigo. "Nadando no rio, comendo frutas que são plantadas na região da empresa, brincando nos resíduos", diz a nutricionista Paula Rodrigues.

Crianças entre dois e 12 anos que moram em bairros próximos à mineradora fizeram exames de sangue - 70% delas estão contaminadas. E fazem tratamento a base de ferro e vitamina C.

"Hoje é anemia, mas mais para o futuro terão baixo crescimento, comprometimento no aprendizado, problema com artrite e artrose", avisa a pesquisadora da USP, Miriam de Souza.

A medicação é a esperança da mãe de Roberto, que aos quatro anos de idade ainda tem quase o mesmo tamanho da irmã de dois anos.

A prefeitura de Adrianópolis informou que soube da contaminação pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo. O dono dos resíduos disse que vai retirar o material no mês que vem.