Medicamentos
contra o colesterol diminuem riscos de demência
Fonte - Terra
O risco de demência nas pessoas de idade avançada diminui graças a
medicamentos destinados a reduzir o nível de colesterol no sangue,
segundo os resultados de uma pesquisa realizada por cientistas
norte-americanos e publicada pela revista médica britânica The Lancet
em seu número deste sábado. A pesquisa, dirigida pelo dr. Hershel Jick
de Boston (Massachusetts, EUA), teve como objetivo verificar os efeitos
de tratamentos redutores das taxas de lipídeos e de colesterol no
sangue, como as estatinas.
Para realizá-la, os cientistas
estudaram os casos de 284 pacientes britânicos de entre 50 e 89 anos de
idade e um grupo de teste de 1.080 pessoas. Neste último grupo, 13% das
pessoas apresentavam um excesso de gorduras sanguíneas (hiperlipidemia),
11% deles receberam prescrições de estatinas e 7% de outros
medicamentos redutores de lipídeos sanguíneos. No mesmo grupo, 69%
não apresentavam anomalias de gorduras sanguíneas e não receberam
tratamento.
Segundo o estudo, o risco de
desenvolver demência se reduz em 70% entre os pacientes tratados com
estatinas. As estatinas retardariam o momento do aparecimento da
demência e evitariam degradações intelectuais ligadas à idade. A
demência senil afeta aproximadamente 10% da população de mais de 65
anos, assinalam os autores. Os médicos não observaram redução dos
riscos de demência entre os pacientes tratados com os outros
medicamentos redutores do nível de lipídeos no sangue.
O dr. Hershel Jick declarou que
está "consciente das conseqüência spotenciais desta publicação
e da necessidade de confirmar seus resultados". Considerando as
repercussões possíveis do estudo, acrescentou que para ele é
"urgente" a realização de pesquisas complementares. Os
acidentes vasculares cerebrais (derrames) são uma das causas de
demência senil, mas o mal de Alzheimer é a causa mais frequente. A
hipertensão arterial, os transtornos do ritmo cardíaco, a
arteriosclerose e o tabagismo são fatores de risco dos acidentes
vasculares cerebrais.
Outra pesquisa, publicada em
outubro passado pela revista norte-americana Archives of Neurology,
mostrou que existe uma relação entre o tratamento com estatinas (pravastatina
e lovastatina, mas não com a simvastatina) e uma redução de 60 a 73%
da frequência da demência de Alzheimer. |