Antigripal
proibido frustra consumidor
Fonte - Estadão
Várias
farmácias em São Paulo receberam clientes ontem à procura dos
descongestionantes Descon, Dimetapp e Naldecon, que integram a lista de
medicamentos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
por conterem a substância fenilpropanolamina. Os consumidores, no
entanto, saíram frustrados, pois as grandes redes de farmácias já
recolheram os remédios das prateleiras.
Farmacêuticos
consultados pela reportagem tiveram dificuldade em apontar um remédio
para substituir os antigripais recolhidos, que eram vendidos apenas com
receita médica. A recomendação para os clientes era a de consultar um
médico. Essa também é a orientação do especialista Anthony Wong,
diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas.
"A fenilpropanolamina é substituível, mas nada garante que o
substituto seja mais ou menos seguro." Alguns laboratórios já
estudam a substituição da substância na fórmula dos medicamentos.
Para Wong, a
Anvisa foi precipitada em proibir os medicamentos baseada apenas em um
alerta da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. Na sua
avaliação, o estudo da Universidade de Yale que associou a substância
à ocorrência de derrames é inconclusivo. "As pessoas que sempre
usaram esse produtos podem continuar a usá-los sem problemas",
garante o toxicologista. Segundo ele, nunca houve um caso de derrame
relacionado à fenilpropanolamina no País em mais de 30 anos de uso
desses medicamentos.
Já a
farmacêutica Emiko Fukuda, diretora de Medicamentos do Centro de
Vigilância Sanitária (CVS) de São Paulo, orienta os consumidores a
descontinuarem o uso dos medicamentos. "O paciente que usa um desses
produtos deve consultar um médico para substituí-los." Os
medicamentos proibidos são: Benadryl, Contac, Naldecon, Acolde, Rinarin,
Deltap, Desfenil, Naldex, Nasaliv, Decongex, Sanagripe, Descon, Dimetapp,
Ornatrol, Rhinex, Cheracol e Contilen.
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