KAMPALA, Uganda -- O número de
mortos, vitimados pela febre hemorrágica causada pelo vírus Ebola no
norte de Uganda subiu para 60, nesta terça-feira, e o surto deverá
durar meses, informou a Organização Mundial de Saúde.
A província de Gulu registrou
mais cinco mortes e o número de casos notificados também subiu, de 160
na segunda-feira para 165, segundo o porta-voz da OMS, Valery Abramov,
que disse esperar novas ondas de febre, embora as internações tenham
se estabilizado entre cinco e dez pacientes diários.
A OMS afirmou que diversos casos
suspeitos relatados em um campo para pessoas deslocadas pelos conflitos
no norte de Uganda deram resultado negativo para Ebola. O campo está a
40 quilômetros a noroeste de Gulu.
Todos os casos confirmados até
agora são da região de Gulu, situada a 352 quilômetros ao norte de
Kampala, a capital ugandense, segundo a agência AP.
"Ainda estamos no meio de uma
onda," disse. "Espera-se três ou quatro ondas o que significa
que poderá prolongar-se por outros dois meses e meio, ou mesmo três
meses."
"O público foi informado de
que a situação está sob controle," disse o Ministério de Saúde
de Uganda. "Não há motivos para pânico."
Não há cura conhecida para a
febre, espalhada através do contato humano e que causa intensa
hemorragia interna, informou a agência Reuters. Os sintomas incluem
febre, fraqueza, dor de cabeça, dores musculares e abdominais, garganta
inflamada, seguido de vômito, diarréia e hemorragia.
O período de incubação é entre
dois e 21 dias, de acordo com a OMS. Os especialistas não sabem a exata
origem do vírus. Segundo a organização, Ebola já causou 793 mortes
entre 1.100 casos documentados desde que o vírus foi descoberto em
1976, na República Democrática do Congo.