Empresa
é multada por esconder vazamento de urânio na Bahia
Fonte - Terra
O Centro de Recurso Ambientais da Bahia (CRA) multou em R$ 119.130 a Indústria
Nuclear Brasileira (INB) por causa do vazamento de cinco mil litros de
licor de urânio da lagoa de rejeitos da empresa, situada no município
de Caetité, a 756 quilômetros de Salvador. O vazamento ocorreu em
abril, mas só foi revelado esta semana por nove funcionários da
empresa, demitidos recentemente.
Segundo a legislação brasileira, a comunicação deveria ocorrer em,
no máximo, 24 horas.O urânio extraído na região é destinado ao
programa nuclear brasileiro, para uso como combustível nas usinas Angra
1 e Angra 2, no Rio de Janeiro. Apesar da aparente gravidade do
acidente, o coordenador de segurança radiológica da INB, Hilton
Mantovane Lima, disse que não houve contaminação no lençol freático
ou danos à saúde dos cerca de 800 moradores do povoado de Maniaçu,
situado a 13 quilômetros do local do vazamento. Segundo a secretaria de
Saúde de Caetité, Moema Farias, ninguém foi atendido no hospital do
municípiar na região, a INB cumpriu um rol de 33 exigências para
evitar acidentes e contaminação do meio ambiente. A empresa está
investindo R$ 41 milhões no projeto que vai produzir 400 toneladas
anuais de "yellowcake" (diuranato de amônia) que precisa ser
transformado no gás hexafluoreto de urânio e enriquecido em países
como Alemanha, Holanda e Inglaterra, para ser utilizado como combustível
de usinas nucleares.Quando estiver operando plenamente, provavelmente no
próximo ano, a INB faturará por ano cerca de R$ 40 milhões. A empresa
também pretende disputar o mercado mundial de combustíveis nucleares,
que movimenta anualmente R$ 8 bilhões. |