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Notícia de 29 de julho de 2000

Cientistas criam ratos que comem mais sem engordar 

Uma equipe científica britânica conseguiu, pela primeira vez, "fabricar" ratos dotados de um gene humano que lhes permite comer muito mais do que seus congêneres normais, mas sem engordar.

Especialistas da Universidade britânica de Cambridge e do laboratório SmithKline Beecham - que publicam seus trabalhos no último número da revista científica Nature - enxertaram nesses ratos o gene humano UCP-3, que pertence à família de proteínas "queimadoras de gorduras".

"Se conseguirmos aumentar artificialmente a atividade desse gene no homem, haverá um enfoque prometedor para o tratamento da obesidade", assinalaram os cientistas.

Segundo estatísticas médicas recentes, 55% dos adultos norte-americanos, ou seja, 97 milhões de pessoas, são gordos demais. Deles, 39 milhões são definitivamente obesos. De quatro crianças e adolescentes, uma é igualmente gorda demais. Este percentual duplicou nos últimos trinta anos.

Na França, um recente estudo assinala que "uma criança em cada dez é obesa aos 10 anos de idade".

A enfermidade da obesidade afetaria também na França 3,5 milhões de adultos e o excesso de peso a cerca de 16 milhões.

Segundo os especialistas, o rápido aumento da obesidade na maioria dos países tem atualmente as características de uma epidemia mundial.

Cientistas norte-americanos que trabalham para descobrir as causas desta enfermidade moderna também "sugerem" no "International Journal of Obesity" que a obesidade pode ser contraída como um simples resfriado.

Por sua parte, o biólogo Christian Dani, diretor de pesquisas em Nice (Sul da França) no laboratório de biologia de desenvolvimento dos tecidos adiposos, explicou à AFP que "esquematicamente, os britânicos demonstraram que um excesso de UCP-3 faz funcionar a máquina encarregada da degradação das reservas nutritivas".

"A nível de alimentação equivalente, mais UCP-3 no organismo origina um maior gasto de energia, o que se traduz não em uma superprodução da fonte energética necessária às células, mas em uma produção em aumento do calor", assinalou Dani.

Inexplicavelmente, por enquanto, os ratos dopados com UCP-3 se mostram muito mais gulosos do que seus camaradas naturais, mas, também inexplicavelmente, continuam sendo mais magros. O UCP-3 se encontra majoritariamente nos músculos do ser humano.

Sob o título de "A obesidade é contagiosa?", o dr. Nikhil Dhurandar, da Universidade de Wisconsin (EUA), assinala em um artigo progressos na ainda hipotética orígem virótica da obesidade.

O professor conseguiu, pela primeira vez, engordar galinhas injetando-lhes um adenovírus humano. "É possível contudo que a obesidade é que predisponha a uma infecção mais que a inversa", assinala o cientista.