Cientistas criam o primeiro biochip de proteínas
Fonte - Globo.com
Cientistas americanos criaram o primeiro biochip à base de proteína,
misturando o produto biológico a chips convencionais de silício.
O chefe da equipe de pesquisa, Michael Ladisch, da Universidade Purdue,
diz que chips contendo milhares de proteínas poderão ser colocados num
aparelho do tamanho de um computador portátil para detectar, rapidamente
e a baixo custo, micróbios, células doentes e substâncias químicas
prejudiciais ou benéficas ao organismo.
Ladisch, professor de engenharia biológica e agrícola da Universidade
Purdue, diz que se os primeiros testes fora do laboratório forem
bem-sucedidos, dezenas de aplicações dos biochips serão possíveis em
poucos anos: médicos poderão usar aparelhos com biochips para
diagnosticar doenças ou testar a eficácia de remédios quimioterápicos.
Soldados poderão usar sensores para avisá-los no caso de um ataque de
guerra química ou biológica. Outros sensores semelhantes alertarão os
agricultores para o ataque de pragas em suas plantações. Cientistas
poderão utilizar os biochips para confirmar se plantas usadas na medicina
popular realmente contêm princípios ativos benéficos e, a partir daí,
desenvolver novos medicamentos.
Biochips à base de DNA já são usados para seqüenciar genes por
cientistas envolvidos nos diversos projetos genoma, incluindo o Projeto
Genoma Humano. Mas chips à base de proteínas serão provavelmente mais
específicos que o DNA, oferecendo maiores possibilidades de aplicações.
A ligação de uma proteína a outra é como uma chave que entra numa
determinada fechadura. Colocando essas "chaves" biológicas nos
chips de computador, os pesquisadores esperam detectar mais facilmente
micróbios específicos, células e substâncias bioquímicas. Por exemplo,
uma proteína humana que se liga à parede da célula de uma determinada
bactéria. Se a bactéria estiver presente numa amostra de qualquer
material submetido ao chip equipado com aquela proteína, as duas vão se
ligar, provocando uma mudança no sinal elétrico que atravessa o chip. A
mudança seria registrada pelo aparelho, confirmando a presença da
bactéria na amostra.
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