As mudanças no mercado de trabalho afetam também
profissões clássicas como direito, comunicação
social e medicina. José Eduardo Oliveira Faria,
professor titular de filosofia do direito e sociologia
jurídica da Universidade de São Paulo (USP), aponta
dois novos caminhos para a área: direito de propriedade
intelectual, relacionado às questões de patentes, e
direito administrativo, por causa das privatizações e
fusões de empresas. “Era comum ver um profissional do
direito isolado numa sala repleta de livros. Hoje, ele
precisa trabalhar em equipe e ter conhecimento
interdisciplinar”, ensina Faria.
Expansão – Na área de comunicação
social, o processo de abertura de novos nichos de
mercado ocorrido nos anos 90 deverá se estender por
mais uma década. Matinas Suzuki Jr., diretor do
provedor de internet IG e professor da Faculdade de
Comunicação Social Cásper Líbero, acredita que essa
expansão foi impulsionada pelas novas formas de
transmissão de notícias (newsletter e sistemas fixos e
móveis de internet) e pela revitalização do
radiojornalismo. “Esses novos espaços são
fascinantes, mas aconselho o jovem profissional a passar
pelo jornalismo impresso antes de mergulhar nessas
experiências. Nas redações tradicionais, a formação
é mais sólida”, alerta Matinas. Para o médico Protásio
Lemos da Luz, professor da USP e titular da Academia
Brasileira de Ciência, os principais espaços a serem
ocupados na sua profissão estarão ligados ao aumento
da população idosa. Ele aposta no crescimento da
medicina preventiva, da cirurgia plástica, das áreas
relacionadas à geriatria e também nas técnicas de
biologia molecular, que deverão detectar indivíduos
suscetíveis a determinadas doenças e antecipar a
prevenção. A farmacologia, segundo Lemos da Luz, também
deverá ter grande avanço, sobretudo na área de
metabolização das drogas pelo ornismo, resultando em
prescrições mais personalizadas. Os caminhos parecem
estimulantes. Resta apostar na educação e no futuro.
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